quarta-feira, 21 de março de 2012

Outono

Conversando com minha melhor amiga, comentamos sobre a celebração do outono e de tudo o que ele representa. Coincidentemente ontem, em minha prática semanal de yoga, tivemos uma aula voltada para a chegada dessa nova estação. Sempre senti a presença de Deus na natureza. Acredito que, por influência da minha criação, sou uma pessoa bastante ligada ao vento, à chuva, aos animais, ao por - do- sol. Mas sentia até mesmo certo distanciamento entre a natureza e eu. Para mim, tudo era obra da criação de Deus, porém, separadamente.
A filosofia da Yoga nos apresenta a idéia de que somos parte da natureza. Ela não está fora de nós, mas em todos os nossos gestos e valores íntimos. Esse novo olhar tem me feito descobrir coisas maravilhosas, como sentir a chegada de uma nova estação dentro de mim.
O outono é caracterizado pelas folhas que secam e caem, dando vazão a um período longo de inverno. Assim acontece com a gente. Podemos considerar o outono como um período de reflexão e desprendimento de tudo aquilo que já não nos serve mais. Daquilo que naturalmente seca e cai. Um comportamento, uma crença, um trabalho, um relacionamento. É o período da seleção natural, onde identificamos sentimentos, observamos nossas reações mais secretas e separamos o joio do trigo. Para então, no inverno, amadurecer a proposta da mudança. O inverno, ao longo da história, sempre foi caracterizado por períodos de hibernação e isolamento. Não havia nada mais a se preocupar a não ser aquietar-se e estar em contato com vc mesmo. Que a hibernação possa representar para nós um período de introspecção, de aprofundamento dos nossos propósitos, de reencontro com a gente mesmo.
Aprendendo com a natureza, que a proposta da mudança possa fluir em nós com a energia da tranqüilidade. Naturalmente. Sem traumas. Sem medos. Obedecendo a força dos ventos e sentindo o calor do sol. Sentindo-se parte dessa mesma natureza, que as estações do ano progridam em nós, refletindo a transformação e nos preparando para um novo plantio, com novas idéias, novos projetos, novos rumos. Afinal, a única coisa permanente na vida não é a mudança? Mudemos então....

segunda-feira, 12 de março de 2012

Um dia

Em homenagem a minha irmã, peguei emprestado o livro “Um dia”. O livro conta sempre o mesmo dia ,de cada ano, do casal: Emma e Dexter. Eles se conhecem bem novos e passam juntos a noite da formatura. Depois, cada um segue a sua vida, tem seus próprios relacionamentos,  se encontram e desencontram ao longo do tempo.

Dexter é jovem, bonito e popular. Torna-se um famoso apresentador de programas de auditório. Emma é reservada, intelectual, atriz. Amam-se de formas diferentes e durante toda a vida. Relacionam-se como amigos, amantes, namorados, marido e mulher. Embora clichê, é possível perceber a mensagem nas entrelinhas. Mais uma vez, é uma história sobre o tempo. Sobre a dificuldade de perceber o amor que está em nós e nas pessoas ao nosso redor. Sobre a efemeridade da juventude e do sucesso e da permanência da única coisa verdadeiramente importante: o amor.
Um dia.....David Nicholls

quinta-feira, 1 de março de 2012

O reverso da moeda

A matéria de capa da Super Interessante desse mês está simplesmente sensacional. Reservei um espaço longo para abordar esse assunto porque considerei, literalmente, super interessante. Aborda o lado bom de nossos traços de personalidade aparentemente fora dos padrões de normalidade. Transcrevi e comentei algumas emoções, mas vale muito a pena ler a matéria na íntegra.
Depressão.
Do ponto de vista clínico não há benefícios nessa doença. Ela causa sofrimento, idéias fixas e os doentes isolam-se socialmente. O médico Randolph Nesse, da Universidade de Michigan,  afirma que a depressão tem a mesma função de uma dor: garantir nossa sobrevivência diante de um risco. A euforia e a depressão serviriam para regular nossas ações na busca por um objetivo.
O psicólogo americano Eric Klinger defende a idéia de que o progresso na busca por objetivos melhora o estado de ânimo de uma pessoa e faz com que assuma mais riscos. Quando esses esforços falham, há um recuo e a pessoa começa a se preservar mais. Essa depressão leve seria o pano de fundo para a introspecção e reflexão na tomada de atitudes, considerando até mesmo a mudança de planos para objetivos inalcançáveis.
 Ou seja: depressivos abrem mão mais facilmente de planos inatingíveis. Depressivos dão menos murro em ponta de faca. Porque tendem a se preservar. A depressão é uma defesa do organismo contra pontenciais frustrações.

Ansiedade
Segundo Randolph Nesse, ansiedade é medo de algo que não é necessariamente real. É uma emoção. É um padrão de respostas em situações que podem provocar riscos ou oportunidades. A ansiedade nos faz fugir ou lutar quando nos sentimos ameaçados. O fígado libera glicose, a freqüência cardíaca aumenta menos sangue circula pela pele e mais vai para os músculos. E assim o corpo fica preparado para agir as mais variadas situações. Seja a animais, altura, escuridão ou até mesmo a um emprego que detestamos ou um relacionamento ruim.
Ou seja: A ansiedade é a luz de emergência das emoções. Soa como um alarme para que vc mude de vida, quando necessário.

Timidez
Segundo estudos do psicólogo Jerome Kagan, os tímidos são introspectivos e mais vulneráveis a depressão e a ansiedade. Porém podem ser empáticos, cuidadosos e cooperativos, desde que se sintam em sua zona de conforto. Uma pessoa introvertida tende a ser uma excelente profissional pois concentra a mente em uma só atividade ao invés de gastar tempo e energia em assuntos que não estejam ligados ao trabalho. A solidão também permite focar nas próprias falhas e treinar até chegar a perfeição. Esse tipo de prática é bastante comum em atletas e grandes músicos.
Déficit de atenção e hiperatividade
Distúrbio muito estudado e comentado nos últimos anos, quem sofre de déficit de atenção tem dificuldade de concentração, esquece datas e compromissos importantes, tarefas são realizadas pela metade. Esse padrão de comportamento pode, muitas vezes, custar o emprego ou o relacionamento. Em contrapartida, quem tem TDAH é ótimo em brainstorms, pois não se sente inibido em dar idéias aparentemente estranhas. São criativos, destemidos e ágeis. Personalidades importantes como Thomas Edison e Che Guevara foram diagnosticados com TDAH.
Ou seja: Quem tem a cabeça na lua pode enxergar soluções que as pessoas com os pés no chão não vêem.

É incrível encontrar correntes de pensamentos como essas. Vivemos tempos de autoconhecimento, de práticas de yoga, buscas espirituais. Cada vez mas identificamos traços de nossa personalidade, nossas virtudes mas também nossos vícios e defeitos. Linhas de estudos como essa fazem nossos defeitos parecerem naturais e, por que não, parte do processo de ascensão moral. 
Conhecendo a face boa de um defeito podemos usá-lo a nosso favor, no desenvolvimento do nosso potencial. Assim como esses padrões de comportamentos, existem muitos outros onde também podemos observar traços do bem. A inveja nos impulsiona ao trabalho e a um esforço maior na busca de um carro ou uma promoção como a de nosso colega. O orgulho nos ensina a nos amar em primeiro lugar para depois estender esse amor ao próximo. Enfim, em todas as coisas e em todas as emoções há a energia do bem. Por meio dela crescemos, evoluímos e desenvolvemos o nosso potencial com o que temos de melhor e de pior.

Recomendo.....
O lado bom dos seus problemas.
Super Interessante de março/2012.

Desconstrução

Soltar a veia poética.
Desobstruir as palavras.
Desorganizar as idéias.
Usar novo vocabulário.
Fazer novo corte de cabelo.
Revolucionar o gênero musical.
Escrever. Libertar.
Livre da veia crítica. Livre de fazer sentido. Apenas fluir. Deixar a vida pulsar.
Deixar o que é belo sair pelo prisma do meu olhar, lírico, poético e desarmonioso.
Único.
Apreciar a palavra que sai pela boca.
Artística.
Amorosa.
Singular.
Buscar gestos.
Procurar significados.
Consultar.
Ler.
Criar.
Enriquecer.
A alma. A mente. A tarde.
A tarde quente.
Agradável como o hálito da vida que pulsa em tudo.
Nas paredes de todos os lugares onde estive.
E onde, com certeza, estarei.
Tudo o que há em mim é vida, fogo e som.
Poesia, música e arte.
Que pulsa, pulsa, pulsa, pulsa, pulsa, pulsa, pulsa.