domingo, 17 de fevereiro de 2013

Música para a Alma

Separei um espaço singelo para um projeto muito bacana, desenvolvido pela organização Brasil Piano Masters chamado Tribos. Esse projeto foi desenvolvido pelo pianista Hudson Souza em parceria com algumas produtoras como a Mixirica Filmes, Estudio Preto e Branco, Imago filmes e por alguns produtores independentes. O projeto consiste em uma associação da música clássica a outras formas de artes, criando diálogos entre elas e aproximando a arte erudita da popular por meio de oito vídeos. Gosto de piano e tenho um sonho secreto de aprender a tocar. Quando eu era pequena admirava muito essa habilidade em minhas primas, que tocavam lindamente. E esse projeto, dotado de extrema sensibilidade nos aproxima da arte, do músico e das belezas inerentes a nossa alma. Seguem os dois vídeos que mais apreciei. Espero que gostem! segue o link oficial: http://www.brasilpianomasters.art.br/

Django Livre


Não tenho a menor pretensão de escrever uma crítica a um filme de Tarantino...não tenho bala na agulha para isso. Mas......segue minha singela observação sobre seu último trabalho: Django livre.

O filme conta a história de Django (Jamie Foxx), um escravo, que é comprado pelo Dr. King Shultz, um caçador de recompensas alemão (Chritoph Waltz) para auxiliá-lo a cumprir uma tarefa de localizar e matar pessoas e, claro, obter a recompensa desejada.
Acontece que os dois se tornam amigos e Dr. Shultz parte com Django em busca de sua esposa Broohmilda, que foi vendida para a maior propriedade produtora de algodão do local. 
São muitos os motivos que me fazem gostar de Tarantino. A trilha sonora maravilhosamente selecionada para compor a amplitude de sensações que temos enquanto estamos no cinema. O seu toque de humor. Mas não aquele humor escancarado beirando a obviedade. Um humor cínico, ácido e quase sutil.
Os diálogos longos e profundos. Várias e várias cenas desses mesmos diálogos excepcionalmente bem escritos e interpretados. E é exatamente o desenrolar desses diálogos que torna o filme tenso do início ao fim. Não a história sobre a busca de uma escrava e da amizade entre dois homens tão diferentes, mas a complexidade das cenas, das provocações que ficam no ar, dos tapas na cara que recebemos com algumas frases que nos golpeiam sem misericórdia.


E dentre todos, talvez o motivo principal da minha admiração seja a vingança dos oprimidos. É incrível o poder desse tema sobre mim. O filme é contruído de forma impiedosa, de modo a não poupar o expectador de violência, de sangue, de sadismo e de crueldade até o limite da nossa tolerância. Perdi a conta de quantas vezes quis deixar a sala do cinema, com falta de ar e um ódio que me corroeu por dentro por assistir, impotente, as demonstrações de crueldade que tivemos com os escravos, em um tempo ali não muito distante.

Acredito que o filme tenha sido meticulosamente pensado e construído para gerar em nós exatamente esse ápice de emoções. Para nos preparar para o melhor. Para aquilo que, na verdade, todo mundo ou, a maioria de nós, deseja ver: a volta por cima do oprimido. E essa vingança é tão ou mais sanguinária que a própria demonstração de violência que a gerou, mas provoca em nós um processo de catarse tão extraordinário que beira o alívio.
Tarantino me proporciona uma vivência muito humana e próxima dos meus mais primitivos sentimentos e sensações, me levando ao inferno e me trazendo de volta a realidade quando me lembra que toda aquela experiência é, na verdade, mera ficção.

Super recomendo....