domingo, 17 de fevereiro de 2013

Django Livre


Não tenho a menor pretensão de escrever uma crítica a um filme de Tarantino...não tenho bala na agulha para isso. Mas......segue minha singela observação sobre seu último trabalho: Django livre.

O filme conta a história de Django (Jamie Foxx), um escravo, que é comprado pelo Dr. King Shultz, um caçador de recompensas alemão (Chritoph Waltz) para auxiliá-lo a cumprir uma tarefa de localizar e matar pessoas e, claro, obter a recompensa desejada.
Acontece que os dois se tornam amigos e Dr. Shultz parte com Django em busca de sua esposa Broohmilda, que foi vendida para a maior propriedade produtora de algodão do local. 
São muitos os motivos que me fazem gostar de Tarantino. A trilha sonora maravilhosamente selecionada para compor a amplitude de sensações que temos enquanto estamos no cinema. O seu toque de humor. Mas não aquele humor escancarado beirando a obviedade. Um humor cínico, ácido e quase sutil.
Os diálogos longos e profundos. Várias e várias cenas desses mesmos diálogos excepcionalmente bem escritos e interpretados. E é exatamente o desenrolar desses diálogos que torna o filme tenso do início ao fim. Não a história sobre a busca de uma escrava e da amizade entre dois homens tão diferentes, mas a complexidade das cenas, das provocações que ficam no ar, dos tapas na cara que recebemos com algumas frases que nos golpeiam sem misericórdia.


E dentre todos, talvez o motivo principal da minha admiração seja a vingança dos oprimidos. É incrível o poder desse tema sobre mim. O filme é contruído de forma impiedosa, de modo a não poupar o expectador de violência, de sangue, de sadismo e de crueldade até o limite da nossa tolerância. Perdi a conta de quantas vezes quis deixar a sala do cinema, com falta de ar e um ódio que me corroeu por dentro por assistir, impotente, as demonstrações de crueldade que tivemos com os escravos, em um tempo ali não muito distante.

Acredito que o filme tenha sido meticulosamente pensado e construído para gerar em nós exatamente esse ápice de emoções. Para nos preparar para o melhor. Para aquilo que, na verdade, todo mundo ou, a maioria de nós, deseja ver: a volta por cima do oprimido. E essa vingança é tão ou mais sanguinária que a própria demonstração de violência que a gerou, mas provoca em nós um processo de catarse tão extraordinário que beira o alívio.
Tarantino me proporciona uma vivência muito humana e próxima dos meus mais primitivos sentimentos e sensações, me levando ao inferno e me trazendo de volta a realidade quando me lembra que toda aquela experiência é, na verdade, mera ficção.

Super recomendo....







Um comentário:

  1. Como sempre, adoro ler os seus posts!!! Vc escreve demais amiga, vi algumas pessoas falar desse filme mas não dei importância, mas agora vendo o que vc escreveu me deu uma vontade!!! Beijos!!!

    Michele

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